Filmes: Marina Abramovic (2012) e Pina (2011)

 Dando continuidade ao assunto de espaço e corpo, foi sugerido aos alunos que assistissem a dois filmes: Pina e Marina Abramovic.

O primeiro, Pina, vai falar da influência de uma coreógrafa e também dançarina (chamada Pina) na vida dos integrantes de sua companhia. Claramente é possível aqui identificar tanto as questões e noções de espaço envolvidas, quanto as de corpo. É possível notar o grande impacto que ela teve na vida desses artistas e quanto suas avaliações puderam mudar a forma como eles próprios encaravam a dança. Após assistir o longa, o próprio telespectador nota que dança é muito mais do que simples movimentação ordenada do corpo ou puramente expressão. O processo artístico da dança envolve não só o corpo, mas também aspectos da autoestima, confiança e até visões de mundo do indivíduo. Como foi discutido na aula de quinta-feira, cada ser humano ter uma forma única de interpretar instruções e comandos, e na dança isso não seria diferente. Apesar de na teoria os passos serem os mesmos, por trás de toda aquela interpretação muitas vezes estão camuflados medos, superações, desafios, problemáticas únicas do individuo. 

Já a produção de Marina Abramovic, muito mais do que falar de uma performance, trata de vários aspectos, de certa forma até íntimos, da vida da artista. Dessa maneira, é notável a influência de todas essas questões no planejamento, aprimoramento e execução da tão esperada performance. É muito mais do que puramente artístico, é humano. Pelos detalhes dá pra perceber que a cada visitante diferente que entra para participar da performance, é também uma história diferente, um cenário diferente. Apesar de a primeira vista parecer que é sempre a mesma coisa, a artista encarando o visitante, cada momento nesse espetáculo é único e memorável, tanto para a artista, quanto para quem participa da experiência. Refletindo, eu fico pensando como um simples gesto, que seria duas pessoas sentadas frente a frente, pode ser tão profundo, instigante e interessante quando paramos para analisar como cada pessoa se comporta durante a atração. Além disso, um mínimo detalhe, como retirar a mesa do meio do artista e do visitante, muda tudo. É incrível perceber grandes desencadeamentos provocados por pequenas alterações.